Javier Milei Acenando Para os Eleitores - Turismo na Argentina

O Turismo na Argentina será impactado pelo novo Governo?

A Argentina passou por uma eleição no dia 19 de novembro de 2023. Nela, o presidente Javier Milei foi eleito com 55% dos votos. Segundo dados do Estadão, 2023, Milei superou o recorde sendo atualmente o presidente eleito com o maior número de votos (14.476.462).

Nós, do Guia de Mochila, preparamos esse artigo para você com todas as informações da recém eleição. Além disso, analisamos o que é uma curiosidade para muitos: se o turismo na Argentina será impactado pelo novo Governo.

A economia Argentina vem sofrendo com a inflação há muito tempo e isso preocupa os habitantes e também os estudiosos. Durante as campanhas eleitorais, o novo presidente foi radical e garantiu que se fosse eleito o seu Governo mudaria diversas coisas, incluindo a economia.

Em Setembro de 2023, o Instituto Nacional de Estatísticas informou que a inflação da Argentina tinha batido 138,3%, um número alarmante. Para o novo governo, uma ótima solução seria abandonar os pesos argentinos e aderir ao dólar.

Como foi a eleição Argentina?

O processo de eleição na Argentina ocorreu com um clima tenso e propostas ousadas. A maioria dos candidatos eram conservadores e de direita ou extrema direita. No primeiro turno, ganharam o candidato Sergio Massa, com 36,68% dos votos e Javier Milei, com 29,98%, segundo dados do Jornal da Unesp 2023.

Ambos foram para o segundo turno e o resultado surpreendeu algumas pessoas. Dessa vez, Javier Milei, de governo ultraliberal, saiu na frente e ganhou a eleição com 55% dos votos.

O seu adversário, Sergio Massa, defendia propostas como distribuição de renda, investimento na educação pública e em universidades. Milei, por sua vez, defendeu privatização, corte de gastos e mudança da moeda.

Economia na Argentina

A economia na Argentina sofre com a inflação já há muito tempo. Em 2020, com a pandemia do coronavírus a recessão piorou significativamente e a Argentina já era o país que mais devia para o Banco Central.

No mesmo ano, sem acesso aos mercados de crédito, o país passou a imprimir pesos argentinos, o que só aumentou a inflação do país. Assim, somando crises e mais crises e com uma desvalorização de 40% em 2020, chegamos onde a economia Argentina está hoje.

Por isso, em todas as eleições é impossível ver um candidato não trazer propostas para a economia, que hoje é um dos maiores problemas do país.

Entenda sobre o Dólar Blue

Em contrapartida, para entender melhor sobre a economia argentina você deve saber que além dos pesos argentinos, no país ainda opera o Dólar e o Dólar Blue.

Quando os turistas compram na Argentina, a moeda utilizada costuma ser o dólar. Por mais que o valor real seja o de pesos argentinos. Com a economia cada vez pior, o governo decidiu congelar a cotação do dólar na Argentina. Assim, hoje, 1 dólar na Argentina corresponde a 353,83 pesos argentinos.

Esse congelamento não agradou em nada os cambistas, já que o valor real do dólar e o que foi determinado acaba gerando uma discrepância. Por isso, muitos utilizam o Dólar Blue para negociar com turistas ou até mesmo com habitantes.

O Dólar Blue possui uma cotação do dia a dia e é considerado ilegal, já que não foi aprovado pelo Banco Central. Mesmo assim, todos sabem da sua existência e nos dias de hoje ele vale 950 pesos argentinos.

É possível que a nova moeda da Argentina seja o Dólar?

Na opinião de economistas como Silvio Campos Neto e César Bergo, o caminho político pelo qual Javier Milei deseja seguir ainda é muito incerto. Mesmo que o novo presidente adote um plano para mudar a moeda da Argentina, esse deve ser um plano bem estruturado e aprovado pelo Congresso Nacional.
Por isso, essas seriam medidas que levariam tempo e não devem acontecer nos próximos anos, mas é uma possibilidade a longo prazo.

Alguns países na América do Sul adotaram a estratégia de aderir ao dólar como moeda oficial em busca de estabilidade econômica. Notavelmente, o Equador, que oficialmente adotou o dólar dos Estados Unidos como sua moeda no ano 2000, e El Salvador, que tomou uma decisão semelhante em setembro de 2001.

Cada país enfrenta desafios e contextos específicos ao fazer essa transição, e a experiência dessas nações podem estar fornecendo insights relevantes para a Argentina considerar, já que o novo presidente argentino têm demonstrado muito interesse em seguir uma trajetória semelhante.

Para Silvio Campos Neto, abrir mão dos pesos argentinos seria abrir mão da política monetária e estar à mercê das decisões do Banco Central norte-americano. A curto prazo isso até pode ajudar a recuperar a economia Argentina, mas nos próximos anos pode retirar a autonomia econômica do governo.

O Turismo na Argentina será impactado?

Com a inflação em alta na Argentina, muitos brasileiros aproveitaram para fazer boas viagens, já que a moeda brasileira é mais valorizada e isso aumenta o poder de compra. Segundo dados de agosto de 2023 da Folha, mais de 750 mil brasileiros visitaram a Argentina de Janeiro a Julho. Dados também mostram que o gasto médio aumentou em 36%.

Com o novo governo, essa realidade não promete ser a mesma, mas pode demorar para mudar. Segundo Campos Neto, os brasileiros podem notar uma alta nos preços na Argentina em 2024, mas não fará grande diferença, já que a previsão é de que o real continue sendo uma moeda mais valorizada.

Essa alta nos preços se justifica graças ao aumento drástico da inflação e acaba sendo a única escolha para manter a economia. Essa é uma das maiores preocupações dos moradores da Argentina atualmente.

Já se Milei conseguir, como planeja, a aprovação do Congresso Nacional para a mudança de pesos argentinos para dólar o brasileiro certamente irá perceber o impacto. O dólar é uma moeda muito mais valorizada que o real e por isso a viagem ficaria muito mais cara.

Viajar do Brasil para a Argentina sem gastar muito ainda será possível?

Em 2024, a probabilidade do governo conseguir mudar a sua moeda é baixa, o que pode acontecer é uma pequena mudança de valores. É possível que algumas famílias acabem precisando se reorganizar financeiramente para fazer a viagem, mas a grande maioria não verá nenhum impacto significativo.

Já, se o novo presidente conseguir a mudança de moeda, os brasileiros precisarão economizar muito para conseguir visitar o local. Na opinião de André Coelho, talvez os brasileiros até mesmo dêem preferência a trocar os destinos da viagem.

A Argentina sempre foi uma preferência turística para os brasileiros, seja pelos bons vinhos, restaurantes ou locais inigualáveis para visitar. Por isso, alguns especialistas afirmam que isso não deve mudar, já que o cenário instável na economia sempre fez parte do país.

A verdade é que o novo presidente acaba de assumir e por enquanto só é possível fazer previsões, mas não saber exatamente como ele deve direcionar o seu governo. Então, para os turistas que pretendem visitar a Argentina nos próximos anos, o que resta é ficar de olho nas previsões e manter a viagem caso seja de longo prazo.

Para aqueles que desejam fazer uma viagem daqui há alguns anos só resta esperar para saber como será a condução do governo e se a mudança para o dólar de fato ocorrerá.

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